O Desafio do CIO

No Brasil, há uma brincadeira conhecida: todo brasileiro é treinador da Seleção. Cada brasileiro acredita saber quem convocar, quem escalar e o que mudar no time para torná-lo campeão. Por isso, o trabalho de treinador da Seleção, apesar de cobiçado, sempre foi um dos mais desafiadores.

Hoje, o CIO se encontra em uma posição semelhante. Todos se tornaram especialistas em tecnologia, inteligência artificial, cloud, sistemas. Com a busca no Google, TED Talks, e Mídias Sociais, todos já achavam que sabiam um pouco. Agora, com os ChatBots de Inteligência Artificial, parece que todos viraram pós-graduados no assunto.

O CIO não passa um dia sem ler, ouvir ou receber um e-mail com uma ideia nova e mirabolante, ou uma cobrança por ainda não ter pensado nisso. Mas, o que fazer?

Vou dividir a resposta em três passos:

Primeiro Passo – Se cercar de pessoas boas. Assim como um técnico de futebol, o CIO não precisa saber de tudo, fazer tudo, nem conhecer tudo. Ele precisa estar cercado de pessoas boas e competentes, com conhecimentos complementares, afinidade, e, principalmente, confiança. Com um time completo, você vai multiplicar o número de passos que vai dar na direção certa. Talvez esse seja o maior desafio do CIO: recrutar um time, de funcionários ou parceiros, que ajude a levar a empresa ao próximo nível e dar a eles o poder necessário para atingir os resultados.

Segundo Passo – Interação com os Stakeholders. Um dos principais papéis do treinador hoje é o de “manager”. Ele participa de reuniões com outras diretorias, se relaciona com a imprensa, com a torcida e assiste aos jogos dos adversários. Um dos principais papéis do CIO é ouvir e colaborar com executivos de outras áreas da empresa, entendendo suas necessidades e, mais importante, suas perspectivas. Caminhar pelo chão de fábrica, usar os serviços da empresa, comprar os produtos pelos diversos canais de atendimento e utilizar o suporte para acumular o maior conhecimento possível do negócio. Em seguida, compreender Fornecedores, Clientes, Acionistas, Concorrentes e Produtos Substitutos. Quanto mais você conhecer o negócio, melhor.

Terceiro Passo – Ganhar! Nada do que foi feito anteriormente adianta se, ao final, você não tiver vitórias para mostrar. Nenhum técnico sobrevive de empates e derrotas. Aqui, a ideia é sempre combinar planos de curto prazo, com resultados rápidos (os chamados Quick Wins), com estratégias de médio e longo prazo, de maior abrangência e impacto. Dessa forma, você consegue manter a equipe sempre motivada e a empresa no caminho certo.

E aí? O que você acha? Tem alguma sugestão, algo a complementar?

Quando comecei a trabalhar, a área de tecnologia em muitas empresas ficava literalmente no porão e poucos interagiam ou entendiam. Quanta coisa mudou em pouco mais de duas décadas. O mais importante é sempre estar aberto a coisas novas, ter curiosidade e capacidade de adaptação!


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