E aí AI – A Relação entre Humanos e Máquinas do Vapor a Inteligência Artificial

Introdução

A história da humanidade está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento das máquinas. Desde a invenção da roda até as modernas aplicações de inteligência artificial (IA), a relação entre humanos e máquinas tem sido uma força por trás de mudanças sociais, econômicas e culturais. Poderíamos iniciar o artigo falando da Idade da Pedra, mas vamos nos concentrar em explorar a relação, comparando as diferentes eras tecnológicas: a Revolução Industrial, a Era dos Mainframes, a Revolução do PC, a Era da Internet e a ascensão da Inteligência Artificial, com foco nos impactos sobre o emprego.

A Revolução Industrial: O Início da Mecanização

A Revolução Industrial (final do século XVIII e início do XIX) marcou o primeiro grande salto na relação entre humanos e máquinas. A introdução de máquinas a vapor e a mecanização do trabalho transformaram indústrias como a têxtil e a siderúrgica. Antes, a produção era artesanal e local; após, tornou-se em larga escala e industrial. Aqui vivemos a era do Taylorismo, que consistia na busca da maior eficiência através da organização industrial e de tarefas repetitivas.

Impacto no Emprego: A mecanização substituiu muitas funções manuais, levando a uma migração em massa de trabalhadores do campo para as cidades industriais. Embora a demanda por mão de obra nas fábricas tenha crescido, muitos artesãos e trabalhadores manuais perderam seus empregos. O crescimento industrial, no entanto, criou novas oportunidades, especialmente nas indústrias de mineração, transporte e manufatura. Na Grã-Bretanha, por exemplo, a taxa de desemprego permaneceu relativamente baixa durante a Revolução Industrial, apesar das perturbações iniciais no mercado de trabalho, com uma expansão significativa do emprego na nova classe operária urbana.

A Era dos Mainframes: Computação Centralizada

Nas décadas de 1950 e 1960, a introdução dos mainframes marcou o início da computação moderna. Esses gigantescos computadores, operados por grandes corporações e governos, centralizavam a computação e o processamento de dados. Criado pela IBM, o Mainframe tinha a a capacidade de processamento necessária para a época combinada com uma linguagem de programação como COBOL e Fortran que podiam ser adaptadas as necessidades de negócio de uma empresa.

Impacto no Emprego: A Era dos Mainframes gerou uma nova classe de empregos especializados. Profissões como programadores, operadores de computadores e analistas de sistemas surgiram em resposta à demanda por habilidades técnicas. Embora o emprego direto ligado à operação de mainframes fosse relativamente limitado, as indústrias que dependiam de processamento de dados, como bancos e telecomunicações, expandiram suas operações e contrataram mais trabalhadores qualificados. Estima-se que, na década de 1960, nos EUA, a indústria de tecnologia da informação cresceu cerca de 20% ao ano, criando centenas de milhares de empregos.

A Revolução do PC: A Computação Pessoal

A década de 1980 viu a democratização da computação com a introdução dos computadores pessoais (PCs). Pela primeira vez, indivíduos comuns podiam acessar o poder de processamento anteriormente reservado a grandes corporações. Em 1981 a mesma IBM dos mainframes acima foi a grande responsável pelo início da produção em escala dos Personal Computers (PC) com aplicações como o Lotus 123, WordStar, o MS-DOS e o AutoCAD

Impacto no Emprego: A Revolução do PC foi um divisor de águas para o mercado de trabalho global. Empregos em desenvolvimento de software, suporte técnico, e vendas de tecnologia cresceram exponencialmente. De 1980 a 1990, a indústria de tecnologia da informação nos Estados Unidos criou aproximadamente 1,5 milhão de novos empregos. Além disso, a automação de tarefas administrativas e a introdução de softwares de produtividade permitiram que pequenas e médias empresas competissem em pé de igualdade com grandes corporações, gerando uma expansão significativa nos empregos administrativos.

A Era da Internet: Conexão Global

Nos anos 1990 e 2000, a Internet trouxe uma nova dimensão à relação entre humanos e máquinas. A conectividade global permitiu a troca instantânea de informações e a criação de novas formas de comunicação e comércio. Aqui eu sempre lembro da figura do Iceberg, as pessoas viam só a Home Page ou o site da Internet, mas a quantidade de automação e de sistemas que teve que ser feito foi imensa. Aqui vemos a grande expansão na implementação dos sistemas de Gestão de Cadeia de Valores, Gestão de Clientes, Comércio Eletrônico e Personalização. Quem diria que a Amazon, uma empresa que começou como uma livraria eletrônica fosse a grande empresa dessa era.

Impacto no Emprego: A Era da Internet não apenas transformou indústrias existentes, mas também criou novas, como comércio eletrônico, redes sociais e marketing digital. Entre 1995 e 2000, mais de 2 milhões de novos empregos foram criados apenas no setor de tecnologia nos Estados Unidos. A economia da Internet, por sua vez, estimulou o crescimento de empregos relacionados à tecnologia da informação, com uma taxa de crescimento de empregos em TI de aproximadamente 7% ao ano. No entanto, a automação e a globalização também levaram ao deslocamento de empregos em setores tradicionais, como manufatura e varejo, onde a taxa de desemprego aumentou em algumas regiões.

A Ascensão da Inteligência Artificial: O Futuro da Interação Homem-Máquina

Hoje, estamos na vanguarda da inteligência artificial, onde as máquinas não apenas executam tarefas, mas também aprendem e tomam decisões. A AI tem o potencial de transformar praticamente todos os aspectos da vida, desde a medicina até o transporte. Vale aqui avaliar e entender o que e como a AI pode ajudar em cada atividade, desde o CoPilot da Microsoft ao seu lado no dia a dia, sistemas avançados de pesquisas de novos remédios e algoritmos de trading.

Impacto no Emprego: A IA está criando novas oportunidades em campos como ciência de dados, aprendizado de máquina e desenvolvimento de algoritmos, com uma demanda crescente por profissionais qualificados. Estima-se que, até 2025, a IA criará 97 milhões de novos empregos globalmente, segundo o Fórum Econômico Mundial. No entanto, a automação de tarefas repetitivas e de baixa qualificação poderá levar à eliminação de empregos em setores como transporte, atendimento ao cliente e manufatura, onde se prevê a redução de até 85 milhões de postos de trabalho. A chave para mitigar os impactos negativos será o investimento em requalificação e educação contínua.

Conclusão

A relação entre humanos e máquinas evoluiu de uma interação simples e mecânica para uma parceria complexa e multifacetada. Cada era tecnológica trouxe consigo novas oportunidades e desafios, moldando a sociedade de maneiras profundas. O impacto no mercado de trabalho tem sido ambivalente, com a criação de novos empregos ao lado da obsolescência de outros. À medida que avançamos na era da inteligência artificial, é essencial refletir sobre as lições do passado para garantir que a tecnologia continue a ser uma força para o progresso econômico e social. A convivência harmoniosa entre humanos e máquinas dependerá da nossa capacidade de adaptar-se às mudanças e de garantir que todos possam se beneficiar das novas oportunidades que surgem. O estudo e o conhecimento são fundamentais nessa era, para garantir que o ser humano não fique obsoleto e que se tenha novamente o melhor uso da tecnologia para nos preparar para uma próxima era.


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